A prática de contar histórias é bem antiga. Remonta à época em que as pessoas sentavam-se em torno da fogueira para ouvir histórias que falavam de vivências, conquistas e conhecimentos adquiridos pelo grupo. Assim, foi possível preservar tradições, valores, refletir sobre o presente e apontar transformações, contribuindo para a formação de identidades.
Os avanços tecnológicos trouxeram recursos mais sofisticados e novos canais de expressão à prática de contar histórias. A possibilidade de reprodução de imagens e textos em folhas de papel, por meio da prensa, permitiu que a informação escrita pudesse ser armazenada e difundida para um número maior de pessoas e lida a qualquer tempo. Com o rádio, a voz do homem chegou mais longe; com a câmera escura, a imagem recriou a realidade.
Em fins do século XIX, foi possível captar e projetar a imagem em movimento, surgindo, dessa combinação, o cinema. Nos anos 1920, a trilha sonora foi incorporada ao filme. Na década seguinte, o audiovisual chegou aos lares pelas telas da TV e, décadas depois, pelas telas dos computadores. Mais recentemente, os vídeos ganharam mobilidade nas telinhas dos celulares. Hoje, com o avanço tecnológico na transmissão de dados e com as novas facilidades de comunicação, as narrativas audiovisuais ocupam espaço significativo no nosso dia a dia, caracterizado por uma expressiva circulação de mensagens.
Uma história é contada em um tempo imaginário de acontecimentos reais ou fictícios, encadeado pela ordenação das cenas. Ao narrar, são feitas escolhas. Escolhe-se quem atua, em que lugar e época, em que velocidade e ritmo, com que episódios, obstáculos e desfecho se estrutura a história. É a interferência do diretor na construção da mensagem audiovisual, recriando a realidade sob o seu ponto de vista, utilizando-se, para isso, de recursos específicos do meio, como enquadramento, iluminação, corte e efeitos especiais.
A linguagem audiovisual tem uma gramática própria, que se renova com a introdução de novos aparatos técnicos. Ela é construída a partir da combinação de som, imagem e palavras. Esses elementos, com a interferência de outros específicos do meio, criam mensagens para transmitir informações, opiniões, ideias, sensações e sentimentos que vão influenciar seus espectadores na constituição de sentidos e significados.
Pequeno glossário
Para usar em sala de aula
Exiba um vídeo de ficção até um ponto previamente determinado por você (esse ponto deve ser um momento de impasse na história, a partir do qual ocorrerá o desfecho).
Pare o vídeo e peça que os alunos, em grupo, identifiquem os personagens, a época e o local em que a história acontece, a trama principal e a ação que gerou o impasse, conflito ou obstáculo.
Oriente para que criem um desfecho para a trama (ou o enredo) e que cada um relate esse desfecho para a turma.
Solicite que os grupos identifiquem no vídeo os elementos que contribuíram para a percepção da mensagem.
Finalmente, exiba o final “escolhido” pelo autor. Os grupos devem comentar como foi a produção conjunta de um mesmo desfecho. Havia consenso no grupo? Todos tinham percebido o vídeo da mesma forma? Ficaram surpresos com o final do autor? Comente as respostas, conectando-as com os referenciais do meio, as experiências pessoais e os códigos da linguagem audiovisual.
Com essa atividade, o aluno terá a oportunidade de:
(Texto extraído do fascículo Por Trás da Cena, da MultiRio)