É bem comum ver artigos e pesquisas dizendo que videogames são prejudiciais a adolescentes e crianças. Os jogos os deixariam mais isolados, preguiçosos e até atrapalhariam no desempenho escolar. No entanto, uma nova série de estudos publicados nas mais respeitadas revistas internacionais afirma o oposto. De acordo com esses estudos, os games têm ajudado crianças e adolescentes não só a vencer o ócio, mas a desenvolver habilidades e até mesmo a superar problemas como a depressão.

No caso da depressão, pesquisadores da Nova Zelândia desenvolveram um game chamado SPARX especialmente para auxiliar no tratamento de adolescentes que buscavam ajuda contra a doença. Nesse game, o jogador é inserido em um mundo de fantasia 3D com sete reinos e diversos desafios, com inimigos que insistem o tempo todo em afetar sua autoestima e criar pensamentos negativos. Ao derrotar esses adversários, o jogador percebe que esse tipo de pensamento nem sempre é verdadeiro, contribuindo para o aumento de sua autoestima.

O jogo SPARX

O jogo SPARX não pode ser jogado por qualquer pessoa, pois não é recomendado seu uso sem um acompanhamento médico, mas ele acabou por despertar a curiosidade em toda a comunidade científica, que passou a realizar novas pesquisas e constatar que muitas das afirmações feitas sobre os games são, na realidade, mitos.

Existe, por exemplo, um mito de que os videogames criam indivíduos ociosos, mas foi constatado que muitos adolescentes que jogam games de esporte passaram a praticá-los na vida real, após perceberem que eram bons nas manobras virtuais. Também foi constatado que muitas crianças ruins nos esportes recuperaram sua autoestima vencendo nos esportes virtuais.

Além disso, nos videogames, as crianças e adolescentes têm a primeira chance de exercitar seu potencial de liderança, exercendo mediações e desenvolvendo a capacidade de relacionamento com indivíduos de diferentes faixas etárias, inclusive adultos. Os jogos também ajudaram a desenvolver a habilidade de ensinar e toda a paciência e comunicação necessárias para esse tipo de tarefa.

Então, ao contrário do que muitos afirmam, os videogames podem fazer bem a crianças e adolescentes, mas vale sempre lembrar a principal regra do jogo: tudo em excesso faz mal.

Referências
Parents.com: http://www.parents.com/kids/development/benefits-of-video-games/#page=6
Times: http://healthland.time.com/2012/04/20/study-playing-a-video-game-helps-teens-beat-depression/