Com origens que remetem à Antiguidade, o hóquei sobre grama é o único esporte coletivo que já distribuiu medalhas para equipes de todos os continentes nos Jogos Olímpicos. Registros históricos apontam que o desporto era praticado de forma rudimentar no Egito há quatro mil anos. Hoje em dia é disputado em quatro tempos de 15 minutos, em vez de dois períodos de 35, como foi jogado em Londres (2012).
Ao longo dos anos a modalidade se expandiu, sendo também praticada pelos romanos, gregos e astecas. Porém, a forma moderna – semelhante à que é disputada hoje – surgiu na Inglaterra, por volta da metade do século XVIII. Em 1861, foi registrado o primeiro clube de hóquei na Inglaterra: o Blackheath Hockey Club.
Nas décadas seguintes se popularizou e, em 1886, sofreu uma mudança de regra fundamental para seu desenvolvimento. Naquele ano, houve a criação da área de arremesso, conhecida como striking circle, que determina que os gols só podem ser marcados de dentro da região delimitada por um semicírculo, traçado a um raio de 14,63m do centro da linha de fundo. Sem poder finalizar de qualquer lugar do campo, as partidas passaram a evoluir tática e tecnicamente, e os passes foram valorizados.
O exército britânico levou o hóquei para as colônias, e países como a Índia e o Paquistão se mantêm tradicionais no esporte até hoje. Das 12 medalhas olímpicas já conquistadas pelo Paquistão em sua história, dez são frutos do hóquei sobre grama – sendo quatro delas de ouro. Já a Índia possui um retrospecto ainda maior de medalhas, acumulando nove de ouro, uma de prata e duas de bronze.
A popularidade no império inglês fez com que o esporte estreasse nos Jogos Olímpicos de Londres (1908). Sob o argumento de não ter uma confederação para regulamentar a modalidade em todo o mundo, enfrentou constantes entradas e saídas do programa olímpico. Até que, em 1924, foi fundada a Federação Internacional de Hóquei (FIH, em francês) e, logo depois, na edição de 1928, em Amsterdã, retornou em definitivo, valendo medalhas. Porém, as disputas femininas passaram a ocorrer somente nos Jogos de Moscou (1980). A partir de 1976, os campos de grama natural começaram a ser substituídos pelos de grama sintética, que tornaram o jogo mais veloz.
Como praticar
Cada equipe conta com 11 jogadores – dez na linha e o goleiro, que é o único que pode tocar a bola com o corpo e usa proteção na cabeça, no tronco, nas pernas e nos braços. O objetivo é marcar o maior número de gols no período da partida. Em caso de empate nas semifinais e finais olímpicas, o jogo vai para a prorrogação, com dois tempos de sete minutos e meio. Quem marcar primeiro vence. Se o empate persistir, são feitas cobranças alternadas de tiros livres.
O campo de hóquei é um pouco menor que o de futebol, medindo, aproximadamente, 91m x 55m. Os atletas de linha só podem conduzir a bola utilizando o taco, que pesa entre 350 e 700 gramas e não pode ultrapassar cinco centímetros de diâmetro. Já a bola é feita de plástico e cortiça, pesa cerca de 160 gramas, com três centímetros de diâmetro – menor que uma bola de tênis. As balizas defendidas possuem 2,14m de altura por 3,66m de largura.
Diferentemente do hóquei no gelo, as partidas não têm muito contato; logo, empurrões e batidas de tacos são considerados faltas. Caso a infração aconteça dentro da área demarcada pela linha pontilhada, posicionada a 23m do gol, é cobrado um córner curto, lance em que a bola é rolada para a área a partir da linha de fundo, enquanto os jogadores de ataque ficam posicionados fora da área e os de defesa, dentro do gol.
Fontes: Comitê Olímpico Brasileiro e Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama (CBHG).
