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27ª edição dos Jogos Estudantis mobiliza escolas e destaca talentos da Rede
13 Dezembro 2018 | Por Fernanda Fernandes
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Provas de atletismo foram disputadas no estádio Nilton Santos – Engenhão (Foto: Alberto Jacob Filho)

Alunos de 8 a 16 anos disputaram dez modalidades esportivas, coletivas e individuais, durante a 27ª edição dos Jogos Estudantis da Rede Municipal. Ao todo, 268 unidades participaram do torneio, que contou com 13 mil atletas nas categorias pré-mirim, mirim, infantil, infanto-juvenil e juvenil – esta incluída em 2018, para que estudantes com defasagem entre idade e ano de escolaridade pudessem participar. O badminton, inserido nas unidades, na maior parte dos casos, por meio do projeto Transforma, criado pelo Comitê Rio 2016, foi a novidade desta edição.

“De 2014 a 2017, o número de escolas inscritas só diminuiu. Em 2017, foram 233 unidades, mas, neste ano, fizemos um levantamento com professores, intensificamos a divulgação e tivemos um aumento considerável. Acredito que, principalmente, pela inclusão do badminton. Muitas unidades se inscreveram apenas nessa modalidade”, explica Daniel Matos, gerente da Gerência de Projetos Extracurriculares (GPEC), antiga Extensividade.

Fellype Belkin: primeiro lugar na categoria mirim da modalidade salto em distância (Foto: Alberto Jacob Filho)

O torneio, segundo o gerente da GPEC, é uma oportunidade para destacar com os alunos valores como o respeito, a disciplina e a cooperação: “Na corrida de abertura, uma menina estava brigando pelo terceiro lugar, mas caiu. A que vinha em quarto parou para ajudá-la. Foi um exemplo. Trabalhamos para que eles não valorizem o ‘vencer de qualquer maneira’”, comenta, orgulhoso.

Badminton: o estreante entre as modalidades disputadas

Os Jogos Estudantis tiveram início no dia 6 de junho, com a cerimônia de abertura. A partir de então, foram disputadas modalidades coletivas – voleibol, futsal, handebol e basquetebol –, em duas fases: entre unidades de cada Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e, depois, entre os campeões de cada CRE; e modalidades individuais – atletismo, tênis de mesa, badminton e xadrez, disputadas em fase única, entre todas as CREs, com a entrega de medalhas e troféus ao término das competições.

O professor Tony Costa com seus alunos, Maria Eduarda Ribeiro e Caio da Silva Mesquita, do Ginásio Olímpico Felix Mielli Venerando (Foto: Alberto Jacob Filho)

Para o professor Tony Costa, do Ginásio Carioca Felix Mielli Venerando, no Caju (1ª CRE), o caráter lúdico do badminton é o que mais atrai os alunos. “Usa-se um material diferente, que desperta o interesse deles: uma peteca voando, uma raquete mais leve. Até os que não optam por essa modalidade na escola, pedem para fazer a aula, eventualmente”, comenta.

Caio da Silva Mesquita, 15, do 9º ano, foi um dos alunos de Tony que se encantou pela modalidade. “Não sabia o que era, conheci na escola. Achei meio estranho, mas acabava fugindo do atletismo para ir ao badminton. Pedi para o professor me ensinar e adorei. Não pretendo parar tão cedo!”, conta o jovem, que, hoje, com o incentivo do professor, é um atleta federado e treina em Duque de Caxias, duas vezes por semana.
Caio já participou de competições estaduais, do Intercolegial e até de uma seletiva nacional. No entanto, lamenta a falta de recursos para seguir nas disputas fora do Rio de Janeiro.

“É muita luta, é muito difícil. Já pensei em desistir. Tenho uma viagem para outro estado, no próximo mês. Minha mãe chorou por achar que  ‘estava tirando meu sonho’, mas abriu mão de uma viagem de família para bancar minha passagem. Acho que, no próximo ano, vou tentar um emprego como jovem-aprendiz, trabalhar, ganhar dinheiro, para poder ajudar minha família e, depois, seguir jogando.”

A aluna Gabriela Leite, 14, do 8º ano da E.M. Professor Joaquim da Costa Ribeiro, em Realengo (8ª CRE), foi uma das representantes da sua unidade nas disputas de badminton. “Conheci na escola e, no começo, achei meio chato. Mas nas férias, senti saudades de jogar e, a partir daí, passei a gostar cada vez mais”, contou a menina, após vencer uma partida.

A aluna Gabriela Leite durante uma das disputas, recebendo o apoio da professora Cláudia Fernandes Bandeira, ao fundo (Foto: Alberto Jacob Filho)

Cláudia Fernandes Bandeira, professora de Gabriela, fez capacitações e levou o badminton para a escola. Ela conta que disputar com alunos dos ginásios olímpicos é complicado, mas destaca a importância desse tipo de torneio.

“Gosto de possibilitar que eles saiam da escola e vivenciem isso. É uma experiência, muitas vezes, única; algo que eles não têm. Muitos nunca saíram do bairro onde moram e estudam. Então, ficam empolgados com o passeio, com o lanche, com todo esse ambiente”, ressalta a professora, na Arena 3 do Parque Olímpico, onde ocorreram as disputas de badminton e tênis de mesa.

O encerramento dos Jogos Estudantis aconteceu no dia 3 de dezembro. Confira a lista dos campeões em cada modalidade:

 
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