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Cientistas alertam para emergência climática e indicam soluções para se combater o problema
11 Dezembro 2019 | Por Larissa Altoé
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Foto: Niek Verlaan / Pixabay

Onze mil cientistas, de 153 países, incluindo centenas de brasileiros de diversas instituições, assinaram um alerta sobre as mudanças climáticas no planeta Terra. “Devemos mudar agora o modo como vivemos para assegurar um futuro sustentável”, afirmam no artigo World Scientists’s Warning of a Climate Emergency (em português, Cientistas de Todo o Planeta Alertam sobre a Emergência Climática) publicado em novembro. 

As mudanças climáticas devem afetar a vida em todos os ecossistemas, sejam terrestres, de água doce ou salgada, afirmam. Por isso, “é preciso agir com urgência. A despeito de 40 anos de negociações climáticas, continuamos conduzindo os negócios como de costume e temos falhado profundamente em resolver essa situação”.

O documento foi elaborado por William Ripple e Christopher Wolf, do Departamento de Ecossistemas Florestais e Sociedade da Universidade do Estado do Oregon; Phoebe Barnard, do Departamento do Instituto de Conservação Biológica dessa mesma instituição; William Moomaw, afiliado ao Instituto de Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade de Tufts – todas universidades norte-americanas – e Thomas M. Newsome, da Escola da Vida e Ciências do Meio Ambiente, da Universidade de Sidney, na Austrália. Os outros signatários juntaram-se aos autores para assegurar que os problemas referentes às mudanças climáticas existem e somos responsáveis por elas.

Gases que estão aquecendo a Terra

O 13º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável - ODS, proposto pela ONU, traz medidas a serem implantadas para combater as mudanças climáticas e seus impactos

Os principais gases do efeito estufa, que estão aumentando a temperatura terrestre, são o gás carbônico (CO2), produzido pela queima de combustível fóssil (petróleo, carvão e gás natural), o gás metano (CH4), liberado principalmente pelo processo digestivo do gado e pelos lixões, e o óxido nitroso (N2O), utilizado pela indústria em motores.

“O desenvolvimento econômico e o crescimento populacional estão entre os mais importantes promotores do aumento da emissão de gás carbônico por meio da combustão de combustível fóssil”, atestam os especialistas. Eles indicam “as atividades humanas problemáticas: o aumento crescente das populações humana e de gado, a perda global de cobertura por árvores, o consumo de combustíveis fósseis e o transporte aéreo”.

Soluções para diminuir os efeitos das mudanças climáticas

Segundo o grupo de especialistas, as soluções passam por “promover o controle da natalidade humana, desacelerar o desmatamento na Amazônia, aumentar o consumo de energia solar e eólica e diminuir o investimento institucional em combustíveis fósseis”.

Para isso, dizem os autores, precisamos de transformações drásticas e arrojadas nas políticas ligadas a esses temas. Eles sugerem seis tópicos críticos e inter-relacionados a serem adotados por governos, iniciativa privada e o restante da humanidade para diminuir os efeitos danosos das mudanças climáticas. São eles:

1) Energia: substituir combustíveis fósseis por fontes renováveis de baixo carbono.

O 7º ODS indica quais fontes de energia não emitem carbono para a atmosfera ou o fazem em níveis muito mais baixos que os provenientes de combustíveis fósseis


2) Poluentes de vida curta: reduzir imediatamente as emissões desse tipo de poluente, que inclui metano, carbono negro (o mesmo que fuligem, oriunda de queimadas e motores a diesel, por exemplo) e hidrofluorocarbonetos (gases usados na refrigeração).

3) Natureza: proteger e restaurar ecossistemas terrestres (fitoplâncton, recifes de corais, florestas, savanas, pastagens, pantanais, turfeiras, solos, mangues e ervas marinhas), pois eles retiram gás carbônico da atmosfera.

4) Alimentos: basear a alimentação humana nas plantas, reduzindo o consumo de produtos de origem animal, especialmente gado.

5) Economia: adotar uma economia livre de carbono que explicite a dependência humana da biosfera (conjunto de todas as partes do planeta Terra onde existe vida) e políticas que guiem as decisões econômicas de acordo com essa consciência. Para manter a sustentabilidade da biosfera, a excessiva extração de materiais e a superexploração dos ecossistemas, objetivando o crescimento econômico, devem ser rapidamente reduzidos.

6) População: diariamente, a Terra recebe mais 200 mil nascimentos humanos por dia, ou 80 milhões por ano. Esse quadro precisa mudar para que a população mundial se estabilize – e, idealmente, decresça gradualmente – com uma estrutura que garanta a integridade social. Há políticas públicas comprovadamente eficazes que fortalecem os direitos humanos, assim como reduzem as taxas de natalidade, diminuindo os impactos do crescimento populacional nas emissões de gases de efeito estufa e na perda de biodiversidade. Essas políticas disponibilizam serviços de planejamento familiar para todas as pessoas, removem barreiras para acessá-los e alcançam a equidade de gênero, incluindo a educação primária e secundária como uma norma global para todos, especialmente meninas e mulheres jovens.

O documento lembra que há quarenta anos, cientistas de 50 nações reuniram-se pela primeira vez, em Genebra (1979), em uma conferência sobre o clima. De lá para cá, houve mais três encontros (Rio - 1992, Kyoto - 1997 e Paris - 2015), mas as emissões dos gases de efeito estufa continuam aumentando rapidamente.  “A crise climática está intimamente ligada ao consumo excessivo do estilo de vida dos ricos. Os países mais desenvolvidos são os principais responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa”, dizem os cientistas.

 
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