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Viagem no tempo
Crédito: Museo de Altamira y D. Rodríguez

Pinturas rupestres            (Pré-história)

Homens da caverna usavam gravetos e pigmentos naturais na representação de animais, instrumentos de caça e indivíduos. Um imaginário tão surpreendente que, não por acaso, mobiliza até hoje a atenção de antropólogos e pesquisadores das mais diversas áreas.

Crédito: Daniel Csörföly

Câmaras mortuárias (Egito Antigo)

Desenhos decorativos encontrados nas paredes das câmaras mortuárias tinham a função de contar a história de vida do ente querido e reverenciar as divindades que o conduziriam à vida eterna.

 

Crédito: Mediatus

Propagandas em Pompéia (Império Romano)

A necessidade de o Império informar novas leis e de o povo protestar contra elas levou os romanos a escreverem nos muros das cidades. Em Pompeia, cidade destruída pelo vulcão Vesúvio, um minucioso trabalho de pesquisa, trouxe à luz o conteúdo de algumas daquelas “pichações”: eram propagandas políticas e xingamentos públicos. Havia até poesia. Foram as primeiras mensagens com teor político nessa linguagem.

Crédito: Norfolk Medieval Graffiti Survey

Conventos   (Idade Média)

Os padres desse tempo também recorriam à pichação como forma de protesto. No intuito de expor uma ideologia, criticar doutrinas contrárias às suas ou mesmo difamar governantes, invadiam os conventos “rivais” para deixar seu recado.

Crédito: V.

Muro de Berlin            (Década de 1960) 

Construído com o objetivo de dividir a cidade em duas, o Muro de Berlin é um exemplo emblemático do uso político dessa linguagem. O lado oriental do Muro, controlado pelo regime socialista da então União Soviética, manteve-se intocado por quase 30 anos. O mesmo não se pode dizer do lado ocidental, sob responsabilidade da democracia capitalista dos Estados Unidos e inteiramente tomado por pichações e grafites de protesto. As mensagens sobrevivem até hoje e se tornaram um popular ponto turístico da capital alemã.

Crédito: Espencat

Revoltas estudantis       (1968)

Durante a revolta estudantil de Paris, em março, os jovens recorreram à tinta spray para intervir, com frases de protesto, nos muros das universidades. Eles criticavam o governo, as instituições, o cerceamento à liberdade de expressão. Pela primeira vez na História, os órgãos de imprensa atentaram para a linguagem da pichação.

A notícia correu o mundo e chegou aos Estados Unidos. Por lá, os primeiros indícios de pichação não tinham qualquer fundamentação política. A inscrição em paredes foi adotada por gangues de rua, como forma de autoafirmação e demarcação de território. A “praga” alastrou-se rapidamente, tomando de assalto os guetos de cidades como Filadélfia, Los Angeles e Nova York.

Crédito: Jean-Michel Basquiat/MOCA

Movimento hip-hop            (Década de 1980) 

A noção do grafite como linguagem artística se dá com o movimento hip-hop, surgido nos Estados Unidos nos anos 1980. Para os amantes dessa cultura, pintar com tinta spray tem o mesmo peso que dançar como um b-boy (dançarino de break), improvisar como um MC (mestre de cerimônias) ou tocar como um DJ.

O grafite determina a estética de videoclipes, capas de disco, figurinos de artistas, revistas e programas de televisão. Muitos associam o interesse dos jovens norte-americanos pelo grafite nessa época à crise por que passavam a academia de belas artes e as escolas de arte em geral. Entediados com a vida nas universidades, muitos estudantes trocaram os livros pelas ruas, com a certeza de que lá, livres dos cânones formais, tinham muito mais a aprender.

Jean-Michel Basquiat e Keith Haring foram os primeiros grafiteiros a conquistar o reconhecimento do circuito de arte. Ambos beberam na fonte de Andy Warhol, o pai da pop art, e viveram ao máximo seus 15 minutos de fama. Morreram precocemente, em decorrência das drogas e da Aids, respectivamente.

Crédito: Portal Press works on paper

Arte de rua                       (1985) 

O termo “arte de rua” foi cunhado pela primeira vez no livro Street Art, de Allan Schwartzman, lançado pela editora Doubleday nesse ano. Schwartzman acompanhou de perto a atuação dos grafiteiros e se tornou um dos mais influentes consultores de arte contemporânea de Nova York.

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