ACESSIBILIDADE
Acessibilidade: Aumentar Fonte
Acessibilidade: Tamanho Padrão de Fonte
Acessibilidade: Diminuir Fonte
Youtube
Instagram
Ícone do Tik Tok
Facebook
Kwai
Whatsapp

— Nandi ka Bhebhe, rainha-mãe do reino Zulu
02 Setembro 2021 | Por Fernanda Fernandes
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp
Nandi ka Bhebe
Nandi ka Bhebe (Ilustração: Eduardo Duval/ MultiRio)

Nandi ka Bhebhe foi uma rainha-mãe que exerceu forte influência no reino Zulu, na região da atual África do Sul. Especula-se que tenha nascido entre os anos de 1760 e 1767.

A história da rainha Nandi retrata a luta de uma mãe contra pressões da sociedade.

Ela ficou grávida de Senzangakhona, um dos chefes zulus na época. No entanto, o líder negou a paternidade da criança e alegou que a jovem sofria, na verdade, de uma doença estomacal, provocada por um besouro conhecido como iShaka.

Quando o filho nasceu, Nandi usou da ironia e nomeou a criança de Shaka, em referência ao inseto que diziam ter provocado sua “enfermidade”.

Nandi foi acusada de ter seduzido Senzanghakona para gerar uma criança e tentar, assim, se aproximar do trono. Humilhada, sofreu com a rejeição social e teve que proteger a criança da fome e até de tentativas de assassinato.

O menino Shaka foi educado para se tornar um líder de destaque. Introduzido entre os soldados locais, aprendeu táticas de guerra. E, quando Senzangakhona morreu, derrubou seu meio-irmão Sigujana do trono e assumiu o comando dos Zulu.

Assim, Nandi se tornou rainha-mãe e passou a exercer uma posição de destaque junto com o filho, de quem foi grande conselheira.

A rainha era contrária à violência e defendia o uso da diplomacia para pacificar desavenças entre povos vizinhos.

Shaka tratava a mãe com reverência e, juntos, eles fortaleceram a resistência do povo zulu contra os colonizadores europeus. Ele se tornou uma importante liderança entre os Zulu.

Quando Nandi morreu, em 1827, por complicações intestinais, o reino entrou em um longo período de luto conhecido como “Isililo SikaNandi”, ou o “luto pela morte da rainha Nandi”.

Seu túmulo pode ser visto ainda hoje nos arredores da cidade de Eshowe, na África do Sul.

Para o povo Zulu, Nandi representa a força da mulher e de uma mãe, inspirando, assim, a luta feminina contra as imposições do patriarcado.

A História da África – conteúdo previsto na Lei N.º 11.645/2008 – é repleta de mulheres que tiveram grande importância e, até hoje, são símbolos de resistência e consideradas heroínas nacionais nas regiões onde viveram.

Diversas histórias são fruto da tradição oral e muitas informações não são unanimidade entre pesquisadores e historiadores. Além disso, há distorções na história contada por colonizadores europeus, especialmente no que se refere a mulheres que tiveram papel de destaque na resistência ao avanço do imperialismo.

Fontes:

Projeto Biografias de mulheres africanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Site Rainhas Trágicas, do historiador Renato Drummond Tapioca Neto.
Site Ensinar História, de Joelza Ester Domingues.

 
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Whatsapp